A vida cristã na Igreja Primitiva
Atos 9.31
-Introdução: Quando
olhamos para a Igreja Primitiva em Atos dos Apóstolos e vemos a igreja
atual, ficamos impressionados com o quanto nos distanciamos de nossas
origens.
A Igreja Primitiva com todas as lutas e perseguições que enfrentava podia sempre dizer que “tinha paz” e por isso “crescia em número”. Então precisamos a aprender a promover na Igreja um ambiente de paz para que então, como conseqüência ela cresça em número.
Uma igreja adoecida por problemas do passado não tem paz para crescer!
Isso nos leva a
refletir: qual era o segredo da Igreja primitiva? Por que aquela Igreja
tinha paz mesmo em meio à perseguições? Como a Igreja crescia sendo
reprimida o tempo todo?
Jesus disse que onde estiver nosso tesouro estaria nosso coração (Mateus 6.21). Onde estava o coração dos crentes primitivos e o que seria mais importante para eles?
Como deve ser a Igreja?
Vamos destacar três coisas importantes no livro de Atos dos Apóstolos e entender qual era o segredo da Igreja Primitiva:
1- A PALAVRA acompanhada da oração:
A Palavra de Deus era o centro do culto, o assunto dos crentes e a paixão que viviam dia e noite orando e meditando com prazer nas Escrituras (Salmos 1.2).
a) Perseverança na Palavra
Atos 5.42: E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo.
Estavam em torno das escrituras e todos os dias se reuniam para orar e aprender a Palavra de Deus. Além disso, o texto diz que eles perseveravam, ou venciam os obstáculos através da Palavra de Deus (2.42,43) crendo verdadeiramente nas verdades bíblicas.
b) Objetivo comum de anunciar a Palavra
Atos 4.20: pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos.
Além de conhecer a
Palavra, tinham um objetivo em comum que era pregar o Evangelho. Todos
eram missionários, pregadores e todos testemunhavam a Obra de Deus em
suas vidas.
c) A simplicidade na Pregação
Atos 3.6: “não possuo ouro nem prata, mas o que tenho isso te dou: em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta e anda”
Atos 10.34: “Deus não faz acepção de pessoas”
Atos 16.31: “crê no Senhor Jesus e serás salvo tu e tua casa”
Podemos perceber nas orações e pregações dos apóstolos palavras simples e poderosas devido à fé que tinham.
d) Discutiam seus problemas à luz da Palavra
Atos 6.1-4:
Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve
murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles
estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Então, os doze
convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que
nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas. Mas, irmãos,
escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e
de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; e, quanto a nós,
nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra.
Atos 16.6,7:
E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo
Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, defrontando Mísia, tentavam
ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu.
Atos 16.12,13:
e dali, a Filipos, cidade da Macedônia, primeira do distrito e colônia.
Nesta cidade, permanecemos alguns dias. No sábado, saímos da cidade
para junto do rio, onde nos pareceu haver um lugar de oração; e,
assentando-nos, falamos às mulheres que para ali tinham concorrido.
Antes de
pensarmos nossas opiniões e as defendermos, precisamos saber qual é a
opinião do Dono ou Cabeça da Igreja. Precisamos aprender a discutir
nossos problemas à Luz da Palavra de Deus como os apóstolos fizeram ao
escolher os diáconos para se manter dedicados ao estudo, oração ensino
da Palavra e também o Concílio de Jerusalém foi momento de decidir o
futuro da Igreja à luz da Palavra de Deus.
A Palavra de Deus é o fundamento da Igreja!
2- A FÉ seguida de prática:
A fé era uma conseqüência da Palavra por que “a fé vem pelo ouvir e ouvir a pregação da Palavra de Deus” (Romanos 10.17).
Os cristãos eram chamados ‘discípulos’ devido ao estilo de vida que tinham (Atos 11.26; 13.52).
a) Fé baseada numa experiência pessoal:
Atos 1.3,4:
A estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas
provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando
das coisas concernentes ao reino de Deus. E, comendo com eles,
determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a
promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes.
Todos afirmaram que tiveram um encontro como salvador. Não falavam do que ouviram, mas do que experimentaram pessoalmente.
b) Fé transformadora:
Atos 19.18-20:
Muitos dos que creram vieram confessando e denunciando publicamente as
suas próprias obras. Também muitos dos que haviam praticado artes
mágicas, reunindo os seus livros, os queimaram diante de todos.
Calculados os seus preços, achou-se que montavam a cinqüenta mil
denários.Assim, a palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente.
Como fruto da fé, vidas eram transformadas e se convertiam publicamente sem nenhuma vergonha.
c) Fé comprometida com o próximo:
Atos 4.32-35:
Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém
considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo,
porém, lhes era comum. Com grande poder, os apóstolos davam testemunho
da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.
Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam
terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e
depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à
medida que alguém tinha necessidade.
Essa fé gerava uma ajuda mútua, companheirismo e compromisso com o próximo.
d) Fé incondicional:
Atos 14.22,23:
fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na
fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar
no reino de Deus. E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de
presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em
quem haviam crido.
Criam na vontade soberana de Deus mesmo diante de problemas com o martírio de Estevão (7.54-60) e naufrágios como os de Paulo (21.9-11 e 22.26). Também oravam por seus líderes e acreditavam que Deus os abençoava. A liderança pregava a Palavra e vivia a fé.
A fé é o sustento da Igreja!
3- O PODER como fruto da fé na Palavra:
Poderia fazer uma equação:
PALAVRA + FÉ = PODER
A Palavra
alimenta a Fé e a Fé gera o Poder. O Poder é conseqüência a Fé na
Palavra de Deus. Quem tem fé conhece o poder de Deus.
a) Buscaram até receber poder
Atos 2.1-4:
Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo
lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e
encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas
entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles.
Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras
línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.
Os que creram
permaneciam na fé buscando a Palavra até receberem o poder. O início da
Igreja foi marcado pelo recebimento do poder de Deus para pregar a
Palavra (Atos 1.8). Todos receberam o poder, não havia distinção de uns mais espirituais do que outros.
b) O poder do nome de Jesus
Atos 4.9-12:
visto que hoje somos interrogados a propósito do benefício feito a um
homem enfermo e do modo por que foi curado, tomai conhecimento, vós
todos e todo o povo de Israel, de que, em nome de Jesus Cristo, o
Nazareno, a quem vós crucificastes, e a quem Deus ressuscitou dentre os
mortos, sim, em seu nome é que este está curado perante vós. Este Jesus é
pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra
angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não
existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que
sejamos salvos.
Os crentes tinham ciência de que não agiam por si mesmos, mas em nome de Jesus, fazendo sua vontade.
c) O poder gera coragem
Atos 4.27-31:
porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo
Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e
gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito
predeterminaram; agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos
teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra, enquanto
estendes a mão para fazer curas, sinais e prodígios por intermédio do
nome do teu santo Servo Jesus. Tendo eles orado, tremeu o lugar onde
estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com
intrepidez, anunciavam a palavra de Deus.
Os cristãos não
tinham medo nem vergonha de enfrentar qualquer perigo. Com intrepidez
pregavam a Palavra e Deus operava maravilhas. Muitas vezes Deus não age
por que não temos coragem de falar em nome de Jesus.
d) O poder da ressurreição
Atos 4.33: Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.
A fé na
ressurreição dos mortos era algo real e testemunhado pelos cristãos ao
ponto de não terem medo de morrer por crerem que se preciso Deus os
ressuscitaria. A maior manifestação do poder de Deus para eles era o de
dar a vida e retorná-la. Pela fé no impossível ressuscitaram a Êutico
(Atos 20.7-12) e a Dorcas (Atos 9.36-46). O poder que age sobre nós é o
mesmo que ressuscitou a Jesus dentre os mortos. O homem poder dizer que
cura através de remédios, mas não pode devolver a vida. Por isso
pregavam tanta a ressurreição dos mortos na volta de Cristo.
e) Poder de cura e milagres
Atos 5.12-16:
Muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos
apóstolos. E costumavam todos reunir-se, de comum acordo, no Pórtico de
Salomão. Mas, dos restantes, ninguém ousava ajuntar-se a eles; porém o
povo lhes tributava grande admiração. E crescia mais e mais a multidão
de crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor, a ponto de
levarem os enfermos até pelas ruas e os colocarem sobre leitos e macas,
para que, ao passar Pedro, ao menos a sua sombra se projetasse nalguns
deles. Afluía também muita gente das cidades vizinhas a Jerusalém,
levando doentes e atormentados de espíritos imundos, e todos eram
curados.
Deus quer salvar o
homem por inteiro, corpo, alma e espírito, o libertando de tudo o que o
prende e o oprime. O Jesus que cremos é o mesmo que curava muitas
pessoas e se Ele está entre nós então Ele ainda cura.
f) O poder do louvor
Atos 16.25,26:
Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a
Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam. De repente,
sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão;
abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de todos.
Diante das perseguições e lutas eles oravam e louvavam a Deus crendo que os libertaria das prisões (Atos 12.5 e 7)
Sem poder, a Palavra e a fé são infrutíferas.
A Igreja precisa de Poder para pregar a Palavra com Fé!
Deus quer uma Igreja Poderosa!
-CONCLUSÃO:
Uma Igreja
poderosa não é uma Igreja que se exalta por ter muitos bens ou
influência e sim uma Igreja que pela Fé na palavra de Deus vê o
impossível acontecer.
Existe uma Igreja
sem problemas: A Igreja Missionária. A Igreja que se ocupa de pregar o
evangelho e exercer a fé para curar e libertar vidas só tem um
verdadeiro inimigo que é o diabo e só tem um verdadeiro problema que é
resgatar vidas perdidas no mundo.
Nada do que foi
falado é novidade e às vezes até nos questionamos: por que tantas vezes
nossa realidade é tão diferente? É por que está faltando estas três
coisas: a Palavra, a Fé e o Poder. Quando a Igreja deixa de ter
compromisso com a Palavra para buscar outras prioridades, ela enfraquece
na Fé e perde o Poder.
O que tem faltado
em sua vida ou em sua Igreja? Tem faltado poder? Será que está faltando
a Fé? Ou você não tem buscado a Palavra?
Aquela Igreja
vivia em paz, não por não ter problemas, por que tinham muitos, mas por
que criam na Palavra, vivendo a Fé e através do Poder de Deus os
milagres aconteciam.
Não tinham uma
estratégia de crescimento e nem recursos quaisquer, apenas tinham paz
uns com os outros e com Deus, então a Igreja crescia naturalmente.
Sem Palavra não há Fé e sem Fé não há Poder!
REFLITA:
O que tem faltado em sua vida pessoal?
O que tem faltado em nossa Igreja?
Você gostaria de ver a Igreja e sua vida em paz?
A Igreja tem crescido?
O que seria melhor: uma estratégia ou que a Igreja cheia de paz cresça naturalmente?
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