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quarta-feira, 28 de maio de 2014

A Bíblia manda matar?

A Bíblia manda matar?



A Bíblia apresenta Deus como um Deus de Amor, como diz em João 3:16: "Que Deus amou o mundo de tal maneira...", e que inclusive dá o mandamento "Não matarás". Ou que diz coisas do tipo "Ame ao próximo como a ti mesmo.", "Ame, ore pelos seus inimigos."
Mas vez ou outra, em diversas passagens no Velho Testamento, Ele ordena explicitamente, que se matem mulheres, crianças e as vezes manda aniquilar toda uma cidade ou nação. Para os criticos, céticos, ateus e até mesmo muitos cristãos pouco esclarecidos isso seria uma tremenda auto-contradição.

Nessas circusntâncias podemos dizer que Deus é malvado e é injusto? De certa forma e com toda certeza, a resposta é não!
De fato, não há nada com qual possamos usar de contra-peso na balança da justiça, nenhum de nós jamais estivemos 'no lugar de Deus', não temos entendimento nem conhecimento pleno sobre Ele ou sobre os Seus pensamentos. Logo, querer julgá-Lo é um erro de lógica. Ele conhece nossos pensamentos, sentimentos, dúvidas, capacidades, conhecimentos, entendimentos, cada coisa pela qual passamos na vida, nossa familia, cada dor, cada alegria, cada detalhe; nos conhece melhor do que a nós mesmos. E nós, o que sabemos dEle que nos capacita a julgá-lo como pecador ao mandar matar suas criaturas?

Ao ler a Bíblia com sinceridade e honestidade, você irá constatar que há vários tipos de leis, divididas entre Lei Moral (ou Eterna), Lei Cerimonial e a Lei Civil.
Havia também as leis da saúde, obviamente adequadas ao período (de acordo com o conhecimento do período para as boas práticas de saúde).
A Lei Moral é resumida nos 10 mandamentos, sendo a Lei de Deus. Já as Leis Cerimoniais e Civis foram ditadas por Moisés, e eram contextuais – mesmo que as leis cerimoniais fossem inspiradas por Deus, elas não deixavam de ser contextuais.
Por exemplo, existiam punições com morte para blasfêmia, atitudes como olho por olho e dente por dente, ordenações a sacrifícios de animais, etc. Essas leis, naturalmente, são relacionadas a um período específico histórico, e somente aplicáveis naquele período, inclusive no tratamento a outros povos.

Nos casos em que Deus dera ordem de matar alguém, ou outros povos e  nações, o mais importante é lembrar que tais relatos sempre deixam claro que Deus os tolerou por um longo tempo, deu-lhes chance de arrependimento, conversão, Deus mostrou sua piedade e sua longaminidade.


"E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia." Gênesis 15:16
Como pode ver, Deus tolera até um nível de injustiça, de pratica, não no sentindo de achar 'que não é condenavel', mas no sentindo de ter paciência. Há uma medida para cada um. E quando está se enche (o que diante da paciência e longaminidade de Deus é algo muito dificil; literalmente, a pessoa precisa se esforçar muito para que Deus decrete a sua morte merecida). Ainda mais os amorreus, um povo pagão que faziam diversas atrocidades e maldades, para os quais, Adolf Hitler iria parecer um ursinho de pelúcia.

"Pois consumirás a todos os povos que te der o SENHOR teu Deus; os teus olhos não os poupará; e não servirás a seus deuses, pois isto te seria por laço." Deuteronômio 7:16

Aqui Deus mostra claramente que iria consumir tais povos, por proteção a Israel. Pois se tais não fossem consumidos, Israel seria contaminado por tais, como por uma infecção, e Israel passaria a servir aos mesmos deuses que eles, passariam a praticar os mesmos males.

"Quando, pois, o SENHOR teu Deus os lançar fora de diante de ti, não fales no teu coração, dizendo: Por causa da minha justiça é que o SENHOR me trouxe a esta terra para a possuir; porque pela impiedade destas nações é que o SENHOR as lança fora de diante de ti." Deuteronômio 9:4
Ou seja, Israel não era melhor do que eles, mais merecedores que nada. E Deus não destruiu aquelas nações em favor de Israel. Mas por causa da IMPIEDADE deles, porque eles eram extremamente maus, precisavam ser eliminados.



Quem eram os povos e pessoas que Deus ordenou que fossem eliminados?

"QUANDO o SENHOR teu Deus te houver introduzido na terra, à qual vais para a possuir, e tiver lançado fora muitas nações de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os cananeus, e os perizeus, e os heveus, e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderosas do que tu;" (Deuteronômio 7 : 1)

"Assim não farás ao SENHOR teu Deus; porque tudo o que é abominável ao SENHOR, e que ele odeia, fizeram eles a seus deuses; pois até seus filhos e suas filhas queimaram no fogo aos seus deuses."  Deuteronômio 12:31



 Os Heteus...

Povo descendente de Hete (Filho de Canaã e neto de Cão). Era um povo numeroso e poderoso na Palestina, na Síria e na Ásia Menor durante os séculos XX a XII a.C. 

“Seu nome significa ‘AMARGURA’. Eram pavorosos. Fomentavam guerras, disputas e divisões. Eram um povo feio, de pele amarela, estando as suas feições mongólicas fielmente reproduzidas nos seus próprios monumentos e nos do Egito. Os seus olhos eram escuros, e tinham o cabelo preto formado em rabichos. Eram pessoas acaçapadas e fortes, ao contrário dos amorreus, que eram altos e de boa presença, com olhos azuis e cabelo louro.” 
[Geografia das Terras Santas e das Terras Bíblicas – Enéas Tognini – Hagnos – 2009 – PP.27]

A principal divindade dos heteus era a Terra, ou a ‘Grande Mãe’ (GAIA – dos nossos dias), apresentando cada cidade ou Estado uma forma especial daquela deusa.

Tudo o que se conhece deste misterioso império dos heteus é fruto das investigações feitas nos monumentos do Egito e da Assíria, e dos estudos das inscrições encontradas nas ruínas da Ásia Menor, o centro do seu poder setentrional.
Sabemos pelas tabuinhas de Tel el Amarna que, estando o Egito enfraquecido, se apoderaram os heteus gradualmente dos seus postos avançados, até que, por fim, se acharam na fronteira setentrional da Palestina, sendo então o seu poder igual ao dos egípcios, que afinal foram obrigados a ceder aos heteus a Síria do norte. E assim, das suas primitivas habitações eles se foram estendendo, para o oriente, até ao rio Eufrates, em cujas margens estava Carquemis, a sua capital, e, para o ocidente, até ao mar Egeu, sendo a Capadócia o seu limite ao norte, e ao sul as tribos de Canaã.





Os Amorreus...

Um dos povos cananeus, descendentes de Canaã, de Cam e de Noé. Foram ferozes inimigos dos hebreus. Seu nome origina-se dos “Amarrus”, nome babilônico e que dominavam a Ásia ocidental.

Algo bastante emblemático sobre os amorreus está relacionado à sua aparência: “Os amorreus eram altos e bem apessoados, de olhos azuis, cabelos louros”, bastante diferentes de outro dos povos da época da conquista que foram os heteus.

Os amorreus eram povos tão impios que os pais matavam seus próprios filhos, os queimando vivos no fogo, para os seus deuses. Além disso, faziam relações sexuais sem distinção, com crueldade, estupravam, mantinham relações até mesmo com animais. Era um povo com uma 'gangrena moral', e era preciso ser amputado para não contaminar o resto do corpo e matá-lo. Era um povo moralmente já morto, que rejeitaram toda possibilidade de arrependimento; um povo irreconciliavel; não havia mais solução para eles, não havia mais possibilidade de arrependimento, eles rejeitaram totalmente tal.

E mesmo assim, Deus os tolerou, Deus foi paciente com eles, enviou mensageiros a eles, deu-lhes oportunidades... Aguentou-os por gerações, por 400 anos!!! Por 400 anos!!! Deus os tolerou a crueldade que deixaria Hitler e os nazistas com inveja, por 400 anos!

Por 400 anos Deus foi longanimo e paciente com Eles. Mesmo após cada vez que Deus contemplava uma mãe colocando seu filho bêbê ou criança pequena no idolo de metal em brasas para ser sacrificado, e ali contemplava a criança gritando, se contorcendo, chorando e gemendo de dor, ainda assim, Deus os chamava ao arrependimento, implorava para eles "não façam isso", "o que estão fazendo é errado", "arrependem-se", "larguem esses deuses", "voltem para mim"...por 400 anos tolerou isso. Até que então os destruiu.

Como que pode ser Deus acusado de injusto, de sanguinário, de um ser com sede de sangue e matança? Foram justamente estas coisas terem chegado a tal proporção naqueles povos, que encheu Deus a um ponto que não podia mais ficar sem agir e permitir que eles derramassem tanto sangue inocente, que fizessem tanta barbaridade. E agiu para por um fim nisso.
Que pessoa em sã consciência, chamaria isto de injustiça, de crueldade da parte de Deus? Tais pessoas, no minimo teriam que abraçar a causa de seres cruéis como Nero, Hitler, Stalin... E achar que Deus teria que ficar de braços cruzados vendo-os fazer suas atrocidades sem fazer nada.

Os Cananeus....

Ainda que esta denominação seja dada para distinguir todos os povos palestinos primitivos, no sentido mais restrito, se refere aos descendentes de Canaã e de Cam filho de Noé.

Até algum tempo atrás, tudo que se sabia da religião cananita vinha das descrições do Velho Testamento. Baseados em descobertas contemporâneas, os estudiosos acreditam que os cananeus adoravam uma família de deuses e deusas, que tinham duas características impressionantes: sua personalidade e poder mudavam constantemente e seus nomes tinham significados e fontes que podiam ser facilmente seguidas.

O panteão cananeu tinha importantes personalidades como:

EL - que significa "deus, o forte, poderoso", representado por um ancião de cabelos e barbas brancas;

BAAL - o deus da tempestade, rei dos deuses, logo sobrepujou El em importância, representava o poder das forças da natureza.

Deidades femininas: foram encontradas em escavações arqueológicas, muitas estatuetas de terracota representando deusas cananitas. Numa escavação em Byblos, na Fenícia, foi encontrado um centro de adoração que provavelmente envolvia prostituição, orgias e ritos de fertilidade. Dentre as mais conhecidas está ASTAROTE - deusa da fertilidade, tinha diversos nomes, Vênus entre eles; adorada através de danças e automutilação com facas e chicotes. (Juízes 2:13)

Como lutavam para sobreviver na terra hostil, os cananeus ofereciam sacrifícios aos deuses que acreditavam poderiam ajudá-los a prosperar. A adoração acontecia num santuário ou "alto lugar" onde eram oferecidos os sacrifícios. Evidências arqueológicas indicam que animais de todos os portes eram oferecidos num grande templo. Uma prática sinistra que os cananeus vieram a adotar foi o sacrifício humano. Em II Reis 3:27 lê-se que Mesa, rei de Moabe, ofereceu seu filho em holocausto depois de perder uma batalha.

Durante os séc. XV e XIV AC, irrestrita atividade sexual fazia parte da adoração dos cananeus, prática que começou a influenciar outros povos no Oriente Próximo, afetando inclusive as religiões conservadoras do Egito e Babilônia.

Os templos cananeus eram verdadeiros prostibulos, onde centenas de mulheres mantinham atos sexuais dia e noite como forma de culto aos seus deuses, nessa epoca, na falta de metodos contra-conceptivos essas prostitutas engravidavam continuamente, e para que não atrapalha-se o serviço no templo, muitas abortavam ou esperavam que os filhos nascessem para serem oferecidos em sacrificios, em muitos templos encontrados pela arqueologia na região dominada pelos cananeus encontraren-se restos mortais de crianças na idade de 1 a 7 anos, que eram usadas como alicerce desses templos depois de serem sacrificadas.

Os Girgaseus...

O nome significa “cliente de um deus”, provavelmente do deus sumério “Gez” que significa “deus da luz”. Eram descendentes diretos de Canaã segundo Gn 10.16, e existem várias citações naBíblia sobre esse povo. Ocupavam o território leste do mar da Galiléia, onde fica Nazaré.

Eram conhecidos na antiguidade pelo seu profundo rancor para com os outros povos. E incorriam nas praticas dos amorreus e cananeus assim como os Perezeus, Fereseus, Gibeonitas, Jebuseus, Midianistas, Amonitas, Moabitas e outros.

Portanto sabendo disso, podemos concluir que Deus não agiu de maneira injusta nem tão pouco contraditória a sua natureza, ele é amor, mas também é justiça, e sempre providênciou que todos abandonassem tais praticas que não a Deus ofende mas também ao ser humano.

Quando Jesus morreu na Cruz, as leis que não eram as Leis de Deus (os 10 mandamentos) foram abolidas. Portanto, não é que a lei civil e a lei cerimonial daquela época não sejam obrigatórias, mas sim que elas são inconvenientes para o cristão, pois são arcaicas, serviram apenas ao seu tempo, em um dado momento, e entravam em conflito com as palavras e os ensinamentos de Jesus.

É por isso que é feita a diferenciação entre as leis de Moisés e as leis de Deus. Alguém poderia dizer: e como diferenciar uma lei cerimonial/civil de uma lei eterna?

Ora, para isso basta entender os 10 mandamentos, e entender os ensinamentos de Jesus Cristo. É justamente por isso que a nossa religião chama-se CRISTIANISMO.

Agora, vejamos, como está em Efézios (2,15-19):

“Cristo é a nossa paz. De dois povos, Ele fez um só. Na sua carne derrubou o muro da separação: o ódio. Aboliu a Lei dos mandamentos e preceitos. Ele quis, a partir do judeu e do pagão, criar em Si mesmo um homem novo, estabelecendo a paz. Quis reconciliá-los com Deus num só corpo, por meio da cruz; foi nela que Cristo matou o ódio. Ele veio anunciar a paz a vós, que estáveis longe, e a paz àqueles que estavam perto. Por meio de Cristo, podemos, uns e outros, apresentar-nos diante do Pai, num só Espírito. Vós, portanto, já não sois estrangeiros nem hóspedes, mas concidadãos do povo de Deus e membros da família de Deus.”

Mas, “se Jesus aboliu todos os mandamentos, então a Bíblia seguiria incoerente”. Claro que não, pois em Mateus (5, 17-18), Mateus relata as palavras de Jesus:

“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir. Porque, em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.”

Ou seja, as leis divinas (os 10 mandamentos) estão mantidas, pois Jesus veio para cumpri-las. As que estavam abolidas eram as leis de ódio, de separação, etc. Juntando a isso toda a história da vida de Cristo, fica evidente o seguinte:

(1) Quem lê a Bíblia como um todo (e não apenas pedaços separados) sabe que não há pregação de horrores, apenas a narração de épocas em que horrores ocorriam (e estão narrados por serem factuais).


(2) As palavras de Cristo mostram que qualquer tentativa de se usar  um texto  para matar é uma DISTORÇÃO da Bíblia, pois os 10 Mandamentos e os ensimentos de Cristo dizem o contrário

(3) Para alguém usar a Bíblia para incentivo a crimes, AÍ SIM é que a pessoa terá que edita-la – ou seja, ler apenas uma parte e NÃO LER O RESTO, e então achar que a Bíblia se resume aquele trecho – mas aí seria um tipo bizarro de cristianismo self-service.(ao gosto do fregês).

(4) Se você comete um crime, nos moldes do que está em um verso isolado, você está em contradição com a Bíblia.


(5) O cristão literal não poderá cometer atos homicidas a não ser que queira estar em pecado… grave.


Concluindo, quando os alguém afirma que a Bíblia diz que “Deus manda matar" esta pessoa simplesmente está praticando uma fraude intelectual de um nível altíssimo. É uma desonestidade de um grau dificilmente igualável. Ela não só distorce o texto Bíblico (retirando-o do contexto, o que, segundo a própria Bíblia, é uma abominação), como também INVERTE todo o seu significado para implementar um campanha de ódio e difamação CONTRA os religiosos. Em suma, é uma pessoa sem nenhum traço de dignidade.

Conclusão

É claro que muitas pessoas tem motivos para odiarem a Bíblia. Quem lê as escrituras e as compreende, como um todo, sabe que a Bíblia tem instruções para que nos desvencilhemos de desonestidades intelectuais e de mentiras deliberadas (a Bíblia, aliás, é um livro que valoriza em excesso a verdade e tem como um de seus mandamentos “Não praticarás falso testemunho”).

Se os criticos não tem outra arma senão a mentira deliberada, é natural que se incomodem tanto com as Escrituras.

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